Direito & Planejamento e Gestão Socioambiental

O PROJETO COMO FERRAMENTA DE GESTÃO SOCIAL E AMBIENTAL

A palavra projeto tem sido muito utilizada em várias áreas de atuação profissional. Mas afinal o que é um projeto?

Projeto pode ser intenção, pretensão, sonho. Daí decorre, por exemplo, a expressão: "Meu projeto é adquirir um carro novo".
Projeto também é doutrina, filosofia, diretriz. Disso decorre a usual expressão: "Meu projeto de cidade é outra coisa ".

Projeto é idéia ou concepção de produto ou serviço. Então usualmente se diz: "Estes dois equipamentos são projetos muito parecidos".

Projeto pode ser também esboço ou proposta de regra, norma ou lei. Então ouvimos:"Todos vão apresentar um projeto de lei à Câmara".

Projeto também pode ser desenho para orientar uma construção: "Já pedi ao meu arquiteto um projeto".

E projeto é empreendimento com investimentos: "A Prefeitura vai executar um novo projeto residencial".

Enfim, projeto é atividade organizada com o objetivo de resolver um problema: "Vamos dar início a um projeto de um novo produto, uma aeronave mais econômica e menos poluente".

Mas projeto é um tipo de organização temporária, criada para realizar uma atividade finita: "Aqueles são da equipe do projeto da nova aeronave".

Em sentidos particulares todas as definições estão corretas e abrangem significados gerais e específicos para o termo projeto.

Porém, para o contexto do nosso estudo, interessam os dois últimos, que definem projeto do ponto de vista do gerenciamento e administração, ou seja: projeto é atividade organizada, que tem por objetivo resolver um problema.

Dessa compreensão que nos interessa decorrem as seguintes variações:
a) Projeto como um conjunto de atividades funcionais regulares (repetem-se sempre do mesmo modo, com pequenas variações) e também podem ser "intermináveis", ou seja, não têm perspectiva de serem finalizadas.

b) Projeto no sentido strictu senso, por sua vez apresenta as seguintes características:
Objetivo definido em função de um problema, cuja solução é o critério para definir seu grau de sucesso.
·        Em geral, são realizados em função de uma necessidade específica, um problema.
·        São finitos: têm começo e término programados.
·        Solucionado o problema, o projeto termina.
·        São "irregulares", ou seja, fogem da rotina.

As principais correntes sobre teoria de projetos, de modo geral sugerem que as seguintes condições afetam positivamente a probabilidade de sucesso do projeto:

1.    Definição do problema. Projetos bem sucedidos, de forma geral, são definidos a partir do problema a ser resolvido e da clareza com que se define a solução do problema. O mais importante é definir com clareza os objetivos do projeto. Uma vez decidida a realização de um projeto, deve-se discutir exaustivamente como o problema pode ser resolvido e as características do resultado final, descritas nos objetivos do projeto ou em suas metas.

2.    Sempre que possível, o próprio título do projeto deve indicar as características do resultado final. Por exemplo: reforma, instalação e colocação em funcionamento da cantina escolarQuanto mais tarde se deixa para realizar essas discussões e definições, mais difícil se torna a implementação do projeto.

3.    Quanto mais o projeto representa um desafio para a equipe envolvida, maior é a probabilidade de que venha a ter sucesso.

4.    Projetos bem sucedidos criam na equipe uma sensação de aproprieação e assimilação.

5.    Projetos bem sucedidos são muito bem planejados nas suas dimensões humanas, materiais (insumos, recursos financeiros e meios), riscos (custos, viabilidade, receptividade no mercado e impactos ambientais e sociais), entre outros.

6.    Uma vez estabelecidos os planos, no entanto, a equipe tem liberdade pactual para executá-los. A probabilidade de o projeto ter sucesso aumenta se durante a sua implementação houver um cronograma de providências e resultados bem elaborado, a partir do qual, os participantes possam controlar o bom andamento dos trabalhos em direção aos resultados previstos.

7.    Outro fator que contribui com o sucesso de um projeto é procurar prever problemas que possam surgir em sua implantação e, com a antecedência necessária, preparar-se para resolvê-los, caso eles realmente aconteçam. Existem projetos que necessitam de recursos financeiros para sua implementação. Nesses casos, é preciso haver um bom planejamento dos custos do projeto, considerando-se quanto se vai gastar e de onde sairá o dinheiro.

8.    A existência de um gerente ou coordenador é também uma providência necessária para que um projeto seja bem implementado e atinja a meta definida.

9.    Todo bom plano de trabalho tem um cronograma, no qual todas as tarefas e providências estão relacionadas, com data de início, final e nome dos responsáveis.

10.Fechando o cronograma, encontram-se os resultados do projeto e a data planejada para sua finalização.

11.Relacionada a cada tarefa ou providência, aparece(m) o(s) nome(s) do(s) responsável(is) pela sua execução.

12.Um bom cronograma de implementação deve estabelecer os momentos em que a equipe irá se reunir com o propósito principal de avaliar a execução do plano e verificar se o que foi imaginado está acontecendo, ou se há necessidade de alterar tarefas, providências e prazos.

Porém, para que tenhamos uma idéia mais direcionada para o sentido de projeto como processo metodológico de planejamento e gerenciamento, trataremos de trazer as idéias centrais que são padronizadas pelo PMI-PMBOK.

13.Conceitos associados ao PMI-PMBOK

O Project Management Institute (PMI) é uma instituição sem fins lucrativos, que iniciou suas atividades em 1969 na Pensilvânia, EUA, cuja missão é melhorar a compreensão e a prática do gerenciamento de projetos identificando, definindo, documentando e patrocinando práticas de gerenciamento de projetos geralmente aceitas e uma linguagem comum de gerenciamento de projetos.

Para disseminar esses padrões de gerenciamento de projetos, utiliza o Guia conhecido como PMBOK – Project Management Book of Knowledge, onde está registrado o conjunto de conhecimentos em gerenciamento de projetos. Este guia contém todo o conjunto de regras e procedimentos para o adequado gerenciamento de projetos, e sua primeira edição foi em 1987. O guia é atualizado periodicamente em tarefa colaborativa com  a participação de grande número de profissionais.

A quarta e última edição foi lançada em 2008 na língua inglesa e em 2009 com tradução para o português. Atualmente são cerca de 280.000 profissionais certificados (PMP – Project Management Professional), atuando em 170 países.

A metodologia PMBOK, 4ª edição, sugere as seguintes áreas de conhecimentos nos processos de gerenciamento de projetos:
1.    Escopo: Processos utilizados para identificar todo o trabalho requerido para a construção do produto do projeto e sua conclusão com sucesso;

2.    Tempo: Processos requeridos para assegurar que o projeto será concluído no prazo planejado;

3.    Custo: Processos requeridos para assegurar que o projeto será concluído dentro da estimativa de custos aprovada;

4.    Qualidade: Processos necessários para assegurar que o projeto irá satisfazer os requisitos dos clientes;

5.    Recursos Humanos: Processos requeridos para tornar mais efetivo o uso das pessoas envolvidas (stakeholders) com o projeto;

6.    Comunicações: Processos requeridos para assegurar o desenvolvimento, a coleta, a disseminação, o registro e o descarte das informações do projeto;

7.    Riscos: Processos necessários para, efetivamente, identificar, analisar e responder aos riscos do projeto;

8.    Aquisições: Processos requeridos para orientar a contratação de produtos e serviços externos à organização;

9.    Integração: Processos necessários para assegurar que os vários elementos do projeto sejam adequadamente coordenados.

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